domingo, 3 de outubro de 2010


Alguém joga xadrez com minha vida, alguém me borda do avesso,
alguém maneja os cordéis. Alguém me inventa e desinventa como quer:
Talvez seja esta a minha condição. Alguém dirige o teatro de sombras no qual fui ré sentenciada.
Finjo entender de tudo: ando de um lado e outro, faço gestos com a mão,
cuspo as sementes do fruto entalado na garganta como um grito:
Alguém aí pode me ouvir?
Ninguém reage, ninguém tenta aplaudir:
nesse reino todos usam disfarces, menos a solidão.


[Lya Luft]

Nenhum comentário:

Postar um comentário